É fundamental que entendamos a vida como um sonho, não um sonho inventado, mas um sonho vivo, vivido e vívido. Um sonho que não é a visão de um insensato - num completo desconhecimento das coisas, mas um milagre de harmonia, de equilíbrio e de compreensão. Afinal, que outra finalidade teria a vida senão a de emprestar às pobres coisas desamparadas que somos o prazer da compreensão. Devemos tentar compreender sempre e mais profundamente, até poder aceitar tudo sem revolta. Compreender com a alma, com o coração, com os dedos, com os lábios, com tudo o que é dotado de sentido em nós. É necessário ativarmos a nossa percepção das pequenas e inúmeras almas antagônicas que nos constituem. Então viveremos um sonho, acordados e lúcidos, pois a realidade é um mistério cujo alfabeto jamais soletramos com inteira coerência.
Se existe verdade, mesmo que relativa, que se revele entre as palavras, que, jogadas ao vento, lavam a alma e libertam o pensamento.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
terça-feira, 23 de outubro de 2007
sábado, 13 de outubro de 2007
Guimarães Rosa disse que “toda saudade é um espécie de velhice”. Devo admitir, ele tem toda razão. Ando com muitas saudades do tempo em que meu corpo respondia mais rapidamente aos estímulos, quando as dores não eram tantas e as formas eram reduzidas. A idade chega sempre, e com ela novas pessoas em nós vão se engendrando, somos essa nova pessoa, mas não deixamos de ser, na memória, aquela que um dia fomos. É lindo envelhecer, mas não há como negar, dói né? E com Rosa, eu digo: “Mire veja: o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas — mas que elas vão sempre mudando, afinam e desafinam.”
Assinar:
Postagens (Atom)