sábado, 13 de outubro de 2007


Guimarães Rosa disse que “toda saudade é um espécie de velhice”. Devo admitir, ele tem toda razão. Ando com muitas saudades do tempo em que meu corpo respondia mais rapidamente aos estímulos, quando as dores não eram tantas e as formas eram reduzidas. A idade chega sempre, e com ela novas pessoas em nós vão se engendrando, somos essa nova pessoa, mas não deixamos de ser, na memória, aquela que um dia fomos. É lindo envelhecer, mas não há como negar, dói né? E com Rosa, eu digo: “Mire veja: o mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas — mas que elas vão sempre mudando, afinam e desafinam.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Filha,

Drummond também estava ligado:

“O problema não é inventar. É ser inventado hora após hora e nunca ficar pronta nossa edição convincente.”

É assim: afinado, desafinado, inventando, reinventando. E la nave va. Impávida.

Você está escrevendo cada vez mais lindo, mais forte, mais emocionante.

Seu pai