sexta-feira, 27 de junho de 2008

"Amor vem de amor" - Rosa para Sônia

Olha como são as coisas dessa vida cheia de descaminhos e veredas: hoje Guimarães Rosa completaria 100 anos, e quem me conhece sabe da minha paixão pela obra e pelo homem. Costumo dizer que se existe vida após a morte, gostaria de encontrar com três caras lá em cima (em baixo, no meio, ou no oco sem beiras): Guimarães Rosa, Jorge Luis Borges e Deus, se possível nessa ordem, porque "se eu quiser falar com Deus", como dizia Gil, preciso de que Guimarães e Borges me ajudem a entender umas coisinhas antes... rssss

Mas como eu ia dizendo, hoje, justo hoje, no aniverário de João, Soninha me devolveu o volume das obras completas que lhe tinha emprestado. Acho que ela não se deu conta da coincidência, mas eu sim. Afinal, nós duas, durante quase 3 anos, estudamos juntas (eu sob orientação dela), as palavras de Guimarães Rosa, que nos encantavam, deliciavam e desafiavam.

Hoje, olhando para o livro à minha frente, ouso sentir o laço que nos une: Eu, Sônia e João... e porque não poderia expressar melhor o meu amor e admiração por esses dois, dedico a Soninha, minha mestre, minha amiga, eterna orientadora, essas palavras de João Guimarães Rosa:

"Por esse longes todos eu passei, com pessoa minha no meu lado, a gente se querendo bem. O senhor sabe? Já tentou sofrido o ar que é saudade? Diz-se que tem saudade de idéia e saudade de coração..." (...) "Deixa o mundo dar seus giros" (..) "Mas, se você algum dia deixar de vir junto, como juro o seguinte: hei de ter tristeza mortal!" Pois "Confiança - o senhor sabe - não se tira das coisas feitas ou perfeitas: ela rodeia é o quente da pessoa."
(João Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas"

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