Sinto que o espelho novamente deseja fragmentar-se e romper-me. Já excedem os restos de mim e sobram angústias e ansiedades, que mesmo latentes, se fazem demasiadas. Não é fácil SER. Não é fácil ver-se através desse espelho que se estilhaça continuamente. É preciso serenar a minha angústia, mas não! Eu não me dou sossego, eu não me deixo em paz.
Quero dizer o indivisível e resolver o impensável, quero pensar o impossível e viver o indispensável. E embora o desejo haja, o impulso de vida, que não me alimenta e diariamente me devora, faz em mim, essa inquietude desavisada, essa mansidão rebelada, essa falta de tudo que em mim cala.
E então, no espelho que se quebra, vejo as roupas rasgadas, o cabelo embraçado, os olhos borrados, a boca partida. E para além dessa imagem não há mais nada, em tudo o que sou, sobeja, apenas, o caos.
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