Se existe verdade, mesmo que relativa, que se revele entre as palavras, que, jogadas ao vento, lavam a alma e libertam o pensamento.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Aranha no meu céu
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
4 am
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Sob o sorriso do gato de Alice
No fim de tudo, veio a chuva, constante e tormentosa, escorregando entre ruas e vielas, recolhendo e juntando os cacos e restos da imensidão.
No fim de tudo, o sol se pôs costumeiramente e o vento gélido percorreu as espinhas dos caminhos devastados, causando arrepios finos na surpefície lamacenta deixada pela chuva.
No fim de tudo, o silêncio da nossa ausência ecoou retumbante por entre as ruinas do que outrora fora a nossa casa, nosso quarto, nossa cama.
No fim de tudo, não houve lamentos, só o calar-se perpétuo e perplexo dos incontáveis desejos e motivos jamais concretizados.
E, no fim de tudo, sobre nossos corpos decaídos, pairou o sorriso do gato de Alice.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Fernando Pessoa
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Ventos cambiantes
O olhar percorre vãos espaços desocupados! Romperam-se os diques das almas e a enxurrada de dúvidas inconfessas derrubou as ilusões que preenchiam as ruas tortuosas do devir. Muito embora nada disso seja novidade, não são as mesmas almas que se desgarram. E um olhar inusitado paira diante do espelho. Não há luto, não há dor.. apenas esse espaço vazio a se expandir pelas ruas, pelas almas - e ainda resta o deserto da noite para atravessar. Nenhuma culpa. Simplesmente já não há nada mais em que acreditar. Ou mesmo nunca houvera. O ácido que as entranhas corrói, outrora fora qual mel a perfumar os aposentos dos castelos de areia que se construíra. E agora, nos corredores desse castelo, ouve-se apenas os sussuros das desmedidas quimeras a rolar pelo chão indo de encontro ao mar.