quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ventos cambiantes


O olhar percorre vãos espaços desocupados! Romperam-se os diques das almas e a enxurrada de dúvidas inconfessas derrubou as ilusões que preenchiam as ruas tortuosas do devir. Muito embora nada disso seja novidade, não são as mesmas almas que se desgarram. E um olhar inusitado paira diante do espelho. Não há luto, não há dor.. apenas esse espaço vazio a se expandir pelas ruas, pelas almas - e ainda resta o deserto da noite para atravessar. Nenhuma culpa. Simplesmente já não há nada mais em que acreditar. Ou mesmo nunca houvera. O ácido que as entranhas corrói, outrora fora qual mel a perfumar os aposentos dos castelos de areia que se construíra. E agora, nos corredores desse castelo, ouve-se apenas os sussuros das desmedidas quimeras a rolar pelo chão indo de encontro ao mar.

Nenhum comentário: