No fim de tudo, veio a chuva, constante e tormentosa, escorregando entre ruas e vielas, recolhendo e juntando os cacos e restos da imensidão.
No fim de tudo, o sol se pôs costumeiramente e o vento gélido percorreu as espinhas dos caminhos devastados, causando arrepios finos na surpefície lamacenta deixada pela chuva.
No fim de tudo, o silêncio da nossa ausência ecoou retumbante por entre as ruinas do que outrora fora a nossa casa, nosso quarto, nossa cama.
No fim de tudo, não houve lamentos, só o calar-se perpétuo e perplexo dos incontáveis desejos e motivos jamais concretizados.
E, no fim de tudo, sobre nossos corpos decaídos, pairou o sorriso do gato de Alice.
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