domingo, 3 de abril de 2011

O que sei e o que desconheço

Hoje eu estava vendo um filme, do mesmo diretor de Princesas - Fernando León. O título do filme é Amador. Muito bom, por sinal. Mas não quero falar do filme não, quero falar sobre uma frase do personagem título, que me despertou interesse sobremaneira. Ele disse mais ou menos assim "A vida é como um quebra-cabeças, ao nascer nos dão todas as peças, e encaixá-las no devido lugar é a nossa missão." Deixando de lado o aspecto metafísico ou mesmo metanóico, essa frase me fez pensar sobre aquilo que sabemos e aquilo que desconhecemos. A mim sempre me pareceu que o nosso aprendizado das coisas era a aquisição de um conhecimento externo, sobre algo que estava fora de nós. Contudo, hoje fico me perguntando se de fato nós já não sabemos tudo o que precisamos saber? Me questiono se o que importa não seria fazer as escolhas certas, buscar as informações relevantes, para que possamos relembrar aquilo que já sabíamos e julgávamos desconhecer? Vejam os meus alunos, por exemplo: quando eu faço uma pergunta que lhes obriga a pensar sozinhos e deduzir uma resposta, em geral um, dois ou três chegam ao lugar esperado, o restante - mudo e alheio - não me fornece qualquer pista de compreensão. Seriam então uns indivíduos mais capazes que outros, uns mais inteligentes que outros? Bom, eu não creio nisso, eu acho que temos basicamente as mesmas capacidades cognitivas. Então o que nos difere uns dos outros??? Eu acredito que seja a informação. Para raciocinar, é preciso saber fazer deduções e estabelecer relações, e para isso precisamos ter informações que nos permitam relacionar e deduzir. Assim, me parece que aqueles que possuem mais informação podem chegar mais rapidamente a deduções e relações próximas daquilo que se espera, uma aproximação do que seja real ou verdadeiro. Então, chegamos à seguinte questão, como sermos suficientemente informados para compreender coisas tão subjetivas quanto  a vida, o amor, a morte, o medo,  a fé, Deus???? Enfim, todas as coisas que motivam a nossa existência??? Pensando nas questões científicas e sociais creio que essas informações podem ser adquiridas de duas formas: ou de uma vivência intensa ou de  leituras constantes. Não creio que possamos viver intensamente todas as coisas que precisamos entender, caso assim fosse, para compreender a morte, todos teríamos que cometer suicídio.  Infelizmente a conclusão a que chego é que quem lê menos, pensa menos. E pensar menos é um merda!!!! Quem passa a vida sem pensar, pode até ser mais feliz, mas nunca será aquilo que deveria ter sido. Bom, isso é o que eu acho. 

Nenhum comentário: