Tudo bem que dor e tristeza são ótimos catalizadores para a escrita, mas acordei de ovo virado, como se diz por aqui... e não vou dar mole pra deprê, já basta o frio que tá fazendo, ficar fria por dentro??? aoooonde????? Quero mais é me arder, como diz Zéu Brito: "eu quero ver Soraia queimada.." KKKKKKKK. Hoje estou com Brian, que mesmo pendurado num cruz, canta: "...always look on the bright side of life... tchuru tchurururu..." Acho que Monty Python sempre soube melhor interpretar a natureza irônica e sarcástica de Deus. E como gosto de sarcasmo, não posso me queixar da vida!!! Quanto a mim, e meus problemas existenciais em relação ao outro que não me vê, já tomei uma decisão: quem tem olhos pra ver, que veja, aos cegos só posso dizer: sinto muito!!!!
Se existe verdade, mesmo que relativa, que se revele entre as palavras, que, jogadas ao vento, lavam a alma e libertam o pensamento.
terça-feira, 31 de julho de 2007
segunda-feira, 30 de julho de 2007
É melhor não ser
4h da madrugada, it´s raining cats and dogs, e, no meu rosto desfigurado, correm ligeiras as lágrimas que teimam em cair por tudo que o poderia ser e não foi, nem será jamais. Hoje, estou mais uma vez com Caye, e penso que pior não seria que não houvesse nada após a morte, pior, sim, seria ter que viver outra vida igual a esta. Nietzsche diz que devemos viver como se não houvesse nada de que pudessemos nos arrepender e que, caso voltássemos a viver, pudéssemos repetir todas as experiências da vida anterior. Affff... Vem cá, eu mereço????
Mas vamos deixar de auto-piedade, quem busca sarna tem mais é que se coçar, coçar até tirar sangue, até expor a carne viva. Que vá à merda Nietzsche e sua teoria do eterno retorno. Cansei de repetir esse padrão de boazinha, coitadinha, idiotinha, rejeitadinha... Nessa vida, tudo passa e se existe Deus - e eu espero com fé que ele exista - o que passa não volta mais. Eu passarei, ele passarinho... (de asa quebrada, há tanto tempo acostumado a essa condição, que mesmo diante da possibilidade, se recusa a voar).
Não, definitivamente... volto a comiseração e choro às 4 e 15 da madrugada... só mesmo um Rivotril, Olcadil, Lexotan, e penso que seria tão bom não acordar amanhã. Sem chances... não vou ainda, existem dores para que possamos aprender com elas, devo ter aprendido agora, devo sim, espero que sim, pois todas as minhas certezas - intuições - que se transformaram em cinzas nas últimas horas, estão a escorrer pelo ralo e desaguar no mar; ao qual retornarei um dia.
Uma última palavra: "não me venha com piedade, porque piedade não é amor"!!!!
sábado, 28 de julho de 2007
A ponte inexistente entre nós
"Estivemos uma vez tão perto um do outro na vida que nada parecia entravar nossa amizade e nossa fraternidade e que só havia entre nós uma pequena ponte. Exatamente no momento em que tu ias colocar nela o pé, te perguntei: 'Queres atravessar a ponte?' - Mas então não quiseste mais, e como eu te pedia, não respondeste nada. Desde então, montanhas, rios e tudo o que pode separar e tornar estranho se acumulou entre nós e, se quisermos nos reencontrar, já não seria possível. E agora, quando pensas nessa pequena ponte, não sabes o que dizer - soluças espantado."
(Mais uma do cabeção - Nietzsche em A gaia ciência)
Um quase nada
"(...) ela só mela no ralo de gente, ela é linda
mas não tem nome, é comum e é normal!!!" O Rappa
A egolatria nietzschiana anda me fazendo algum mal, lendo-o passei a crer que também em mim havia algo de especial, algo que houvesse a ser dito que merecesse alguma atenção. Doida utopia. Depois dos últimos sucedidos na minha vida, vejo que não passo de um alma mediocre com ilusão de grandeza. Sou pequena, minúscula, um quase nada. Ordinária e comum. Nada, nem a apropriação das palavras alheias, dos verdadeiros gênios, me faria mudar e crescer aos olhos humanos. De que adianta vestir as fantasias de grandes eloqüências e pensamentos? É tudo bijuteiria, enfeites superficiais para esconeder a pequenez do espírito. O brilho que reluz na mente dos gênios, em mim, sequer incide obliquamente.
Vermelho, sexta-feira e tequila
Hoje, que já é amanhã, experimentei mais uma vez o prazer de poder sair com as amigas. Uma rotina que nada tem de tediosa, pelo contrário: choros e risos afloram em confissões, revelações e mútuo compartilhar de experiências.
Hoje, que ainda não é amanhã, saí de vestido vermelho, do jeitinho que gosto, me sentindo protegida pela cor - roupa e cabelo- a rodar pela Bahia de todos os santos, de todos encantos e todos os axés.
Sexta-feira, dia de filme bom, no Cinema do Museu. Lugar alto astral, companhias agradáveis, e, é claro, Edward Norton pra embalar sonhos e fantasias românticas durante a madrugada.
Inconsequente, hoje, saí para beber tequila, que ainda ressona na minha cabeça, adormecendo as dores que nem calam, nem consentem em me abandonar. Mas como diz o famoso poeta baiano, Renato Fechini: "Ô vo bebê pa isquecê meus pobrema, ô vô bebê pa isquecê minhas angústrias..." E tome tequila na cabeça...
Mas, em tudo e por tudo, ainda sobra o riso, sentido e compartilhado, que mesmo as dores são capazes de provocar - eu que o diga (né não Nil???).
Por isso, minhas lindas e queridas amigas: viva a sexta-feira!!!!
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Meu lado lunar
Tenho tantos defeitos que enumerá-los seria uma tarefa vã, mesmo porque eles insistem em se multiplicar. Como os dias que passam, os defeitos são somados e acumulados, junto a vestígios de constumes antigos, por demais arraigados. Mas o maior de todos os meus defeitos é este anseio inesgotável pela aquiescência do outro, que obviamente, está relacionada ao medo de ser preterida. Esse anseio por ser desejada, por alguém que me possa ver mesmo dentro da escuridão, além da minha superfície, me paralisa e me consome. Paralisa porque só me enxergo através do outro e me consome porque o outro, constantemente, não me vê. Pergunto-me, sem fim, poderá alguém me amar, apesar de mim????
Sustança cerebral
"O que significa viver?
Viver? - significa: repelir incessantemente aquilo que quer morrer.
Viver? - isso significa: ser cruel e implacável contra tudo o que, em nós, se torna fraco e velho, e não somente em nós.
Viver, isso significaria, portanto: não ter piedade dos morimbundos, dos miseráveis, dos anciãos? Ser assassino sem cessar? - E no entanto o velho Moisés disse: Não matarás."
(Nietzsche (cabeção) em A gaia ciência)
domingo, 22 de julho de 2007
Quem sou eu?
Alguém me perguntou, numa noite ao luar, quem eu era, queria saber porque me escondia por detrás de um sorriso evasivo, quando no meu olhar brilhava uma lágrima escondida. Nessa noite, me refugiei no silêncio. Hoje, ao relembrar dessa noite, pergunto-me porque não respondi a pergunta. Compreendo que é sempre mais fácil esconder a pessoa que somos dos outros, do que nos tornarmos vulneráveis aos seus olhos. Agora que não me podem mais escutar começo por entoar uma musica “Deixa eu te contar mais de mim, quero te mostrar quem sou, sou como o lugar de onde vim, onde tudo começou, esse brilho em meu olhar é do mar, é do mar que trago refletido (...)”.
Não há ninguém para me ouvir, e hoje, me sinto assim, sem rumo, e tendo apenas como certeza e felicidade o vento que beija o meu rosto e a lua que me embala e afaga os cabelos. A lágrima ainda existe.
No fundo é a própria existência que me faz ainda ter uma parte de mim que sonha, é ela que me faz ser ainda a criança. Eu sei que ainda sou inocente e que vivo no meu castelo de sonhos e nuvens de algodão.
E ainda que eu chore, a dor do mundo, desvairadamente, algo bom dentro de mim refulge, uma chama no meio de muitas cinzas persiste. O sonho.
Mas tenho medo, mais que medo, tenho pavor, pavor que me partam de novo o coração e que eu não seja capaz de o agarrar e voltar a colocá-lo no lugar, pavor que me dêem a nuvem para voar e do nada ela já não esteja debaixo dos meus pés, pavor que me olhem como um corpo e esqueçam a minha alma.
Perguntaram-me quem eu era, a resposta está escrita em cada gesto meu, e em cada lágrima que já deixei escorrer pelo meu rosto, talvez não me compreendam. No fundo só quero lembrar-me de uma coisa, as diferenças entre as pessoas, não condenam sentimentos, é a incapacidade de se adaptar e a falta de vontade que faz com que se esfumem no ar.
Não há ninguém para me ouvir, e hoje, me sinto assim, sem rumo, e tendo apenas como certeza e felicidade o vento que beija o meu rosto e a lua que me embala e afaga os cabelos. A lágrima ainda existe.
No fundo é a própria existência que me faz ainda ter uma parte de mim que sonha, é ela que me faz ser ainda a criança. Eu sei que ainda sou inocente e que vivo no meu castelo de sonhos e nuvens de algodão.
E ainda que eu chore, a dor do mundo, desvairadamente, algo bom dentro de mim refulge, uma chama no meio de muitas cinzas persiste. O sonho.
Mas tenho medo, mais que medo, tenho pavor, pavor que me partam de novo o coração e que eu não seja capaz de o agarrar e voltar a colocá-lo no lugar, pavor que me dêem a nuvem para voar e do nada ela já não esteja debaixo dos meus pés, pavor que me olhem como um corpo e esqueçam a minha alma.
Perguntaram-me quem eu era, a resposta está escrita em cada gesto meu, e em cada lágrima que já deixei escorrer pelo meu rosto, talvez não me compreendam. No fundo só quero lembrar-me de uma coisa, as diferenças entre as pessoas, não condenam sentimentos, é a incapacidade de se adaptar e a falta de vontade que faz com que se esfumem no ar.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Mistério
"Já fui apegada aos meus sentimentos. Apego no sentido mais literal da palavra. Fui daquelas que diante de uma ligação afeituosa, principalmente quando brotava afeição gratuita, debruçava-me em dedicação banda larga ao ser amado. Vale o mesmo para as causas amadas. A idéia de rompimento me causava pânico. Águas passaram, pontes ruíram. Onde havia amor, passado rancor, brotou vazio e do pedaço de terra seca, com um pouco de água, germinou semente. Fato é: o fim de um relacionamento é tão misterioso quanto o início. O coração tem lá suas razões, banais ou não, reais ou ilusórias. Pra mim sempre foi necessário explicações. Sempre quis entender os meus amores do fim ao princípio. Exatamente nessa ordem porque de início, mesmo quando não vinham flores, sempre sobrava magia capaz de dispensar qualquer teoria. Fui apegada e, paradoxalmente, ainda sou por mais que me esforce em negações em cada linha deste post. Só em tempos de ressentimento consigo cultivar o desdém. O que se é por natureza não muda. Mas só por teimosia repito: fui. E por terapia digo: hoje tenho apego a mim, à minha existência. Não por súbito ataque do ego, mas por estar convicta de que ninguém mais no mundo é capaz de cuidar com afinco e dedicação da nossa alma a não ser nós mesmos. Fora isso, antes que alguém se assuste, resta aqui, dentro de mim, uma fresta no muro das emoções, onde a qualquer momento uma nova paixão pode ser riscada por um rastro de luz... ... ... "mistério sempre há de pintar por aí"."
domingo, 15 de julho de 2007
O eterno retorno
Que esperança há em retornar ao que já se foi?
Existe algo de circular em nossas vidas, e, de repente, nos vemos retornando àquele lugar ao qual juramos nunca mais voltar.
Mas, quando ali chegamos, percebemos que a distância que se impôs entre nós - os momentos de ausência - construiu um tempo de saudade, em que aquilo que nos fez afastar-nos é justamente aquilo que nos faz querer retornar.
É engano pensar que, quando retornamos, retrocedemos. É possível revistar esse lugar e encontrarmos um eu e um outro renovados, e, aos poucos, redescobrir a intermitente sensação de intimidade.
Nesse lugar, podemos ser quem somos. Não há disfarces, as máscaras não são mais necessárias. E a verdade se impõe com elo de ferro, que une, que funde, que mistura.
Há cheiros familiares, o chão que se pisa é firme. E o olhar, que diz de amor, de companheirismo, de futuro, pode ser encontrado, de novo, nesse lugar.
Retornar, não significa retroceder, significa revelar-se onde podemos ser quem somos enfim.É bom estar de volta a esse lugar, me sentir segura em seus braços, respirar esse ar convencional, e compratilhar a estrada que se abre a partir desse retorno.
Toda escolha é excludente, e quando escolho retornar, excluo os lugares inauditos, fantasiosos e impossíveis que um dia sonhei visitar.
Nesse lugar sou feliz e isso é que importa!!!!!!
terça-feira, 3 de julho de 2007
Amor de plástico e silicone
Nos últimos meses, a vida tem sido estranhamente complexa. O que eu quero num minuto, no outro já não desejo mais. Volúvel, sempre fui, mas dentro dessa minha inconstância geminiana (meu ascendente cada vez mais forte), há algo que permanece latente: o anseio de ser admirada pelo que escrevo, pelo que penso, pelo que digo e ouço.
Nos últimos meses, redescobri o olhar do outro sobre a minha pele branca, a superfície da minha materialidade que se despe de vergonhas e timidez. Mas é sob a pele, que me veste dessa nudez, que reside o EU que deseja ser admirado, amado, possuído.
Nos últimos meses, vi o outro que me deseja na superfície de minha materialidade, porém esse amor de plástico e silicone, já não preenche o oco sem beiras da minha alma.
Há algo de inocente e primitivo naquele que, todas as noites, acaricia os sinais que perpassam meu corpo. Há beleza em sua alma, há um carinho que me transborda de preocupações. Há a incômoda distância, no tempo e no espaço. E há, sobretudo, um não-olhar para aquela que se deseja em carne viva, palavras, pensamentos...
Leio Nietzsche, leio Freud, releio Jung, pois não quero estar mais vazia. E, embora eu saiba que aquilo que me preenche seja intangível, inalcançável, inconcebível, o desejo há. Mesmo diante de tanta negação, o ser que em mim não quer mais calar já não se satisfaz com olhares inventados, com a ficção do outro que alimento cotidianamente.
Nos últimos meses, eu estive com o desejo puro, inocente e transitório. Mas ele passa por mim e não me vê. Ele fala comigo e não me ouve. Ele me escraviza, mas não se doa. Ele quer, eu dou. Porém, quanto mais eu me deixo levar pelo desejo fluido, cambiável, mais não o quero. O desejo me sacia e me esvazia de mim.
E, enfim, os últimos meses têm se tornado os últimos de muitas coisas na minha vida. Morro, constantemente, através das mortes dos meus desejos, que se transubstanciam em desejos, renovados, de profundidade.
E grito: olhe pra mim!!! Estou além da minha pele, não me toque só na superfície, irei negar o desejo, por que o desejo real está aquém daquilo que se pode ver com os olhos de vidro. Sou muito mais que instinto e carne pulsante. O que é primitivo em mim morre facilmente, mas o que penso, sinto, digo e ouço: não!!!!
Nos últimos meses, redescobri o olhar do outro sobre a minha pele branca, a superfície da minha materialidade que se despe de vergonhas e timidez. Mas é sob a pele, que me veste dessa nudez, que reside o EU que deseja ser admirado, amado, possuído.
Nos últimos meses, vi o outro que me deseja na superfície de minha materialidade, porém esse amor de plástico e silicone, já não preenche o oco sem beiras da minha alma.
Há algo de inocente e primitivo naquele que, todas as noites, acaricia os sinais que perpassam meu corpo. Há beleza em sua alma, há um carinho que me transborda de preocupações. Há a incômoda distância, no tempo e no espaço. E há, sobretudo, um não-olhar para aquela que se deseja em carne viva, palavras, pensamentos...
Leio Nietzsche, leio Freud, releio Jung, pois não quero estar mais vazia. E, embora eu saiba que aquilo que me preenche seja intangível, inalcançável, inconcebível, o desejo há. Mesmo diante de tanta negação, o ser que em mim não quer mais calar já não se satisfaz com olhares inventados, com a ficção do outro que alimento cotidianamente.
Nos últimos meses, eu estive com o desejo puro, inocente e transitório. Mas ele passa por mim e não me vê. Ele fala comigo e não me ouve. Ele me escraviza, mas não se doa. Ele quer, eu dou. Porém, quanto mais eu me deixo levar pelo desejo fluido, cambiável, mais não o quero. O desejo me sacia e me esvazia de mim.
E, enfim, os últimos meses têm se tornado os últimos de muitas coisas na minha vida. Morro, constantemente, através das mortes dos meus desejos, que se transubstanciam em desejos, renovados, de profundidade.
E grito: olhe pra mim!!! Estou além da minha pele, não me toque só na superfície, irei negar o desejo, por que o desejo real está aquém daquilo que se pode ver com os olhos de vidro. Sou muito mais que instinto e carne pulsante. O que é primitivo em mim morre facilmente, mas o que penso, sinto, digo e ouço: não!!!!
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