quinta-feira, 23 de agosto de 2007

À cada dia a sua agonia

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida"



Inspiarada pelo texto de Carol, me pergunto, será impossível esse amor plácido, íntimo, eterno, cúmplice, de entrega absoluta? Onde está o amor que me mentiu??? A culpa, minha gente, é do cinema. Vemos filmes em que homens são capazes de ações heróicas por uma mulher, por seu amor, e desejamos ardentemente viver também essa experiência. E vem o questionamento inexorável: não seremos capazes de inspirar tal paixão e devotamento em outro ser humano? E de repente, já não serve que seja qualquer ser humano, exigimos que nos toque a pele, a alma, a carne, que cure nossas feridas, que nos coloque no colo, e nos conduza pela mão. E que embora faça tudo isso, nos deixe ser. Esse amor se torna cada vez mais impossível, e os amores fugazes acabem por substituir o tempo de se doar. Tudo fica pela metade. Às vezes me sinto como minha amiga Jaqueline, que todos os domingos no Porto comprava meia banda de manga, porque uma manga inteira era inacessível, ou seja, estamos sempre recebendo amor pela metade, ele por inteiro é muito caro, quase ninguém está mais disposto a pagar o preço. Como não quero a metade de nada, me disponho a pagar o preço que for, seja lindo, seja leve, seja com dor. Eu estou e você?

Um comentário:

Anônimo disse...

Filha, acho interessante essa aborfagem do psicanlaista Jurandir Freire Costa, que usei num texto meu chamado "Amores de Perdição":

Jurandir Freire Costa, psicanalista pernambucano, radicado em São Paulo, faz algumas abordagens interessantes sobre esse tema. Em seu livro intitulado Sem Fraude nem Favor: estudos sobre o amor romântico (1988), ele diz: “... O amor é uma crença emocional e, como toda crença, pode ser mantida, alterada, dispensada, trocada, melhorada, piorada ou abolida. Tudo pode ser recriado, se acharmos que assim deve ser, em função do que julgamos melhor para todos e cada um de nós".