"Pára, ouve, vê, repara, que para além de mim já não há mais nada..."
Blue, blue, blue... ouvindo o blues cantado por Janis, sinto me anestesiada. Tudo paralisado. As palavras me diminuem. Os sentimentos se perderam no meio do caminho, estáticos, nervosos. Busco o ar que me foge, tudo está em suspenso. O vento não vem me visitar. Busco ainda versos, que possam me acalmar o vazio, tão próximo e tão evidente. Um nó(s) na garganta ficou preso. Sento-me aqui, contando os pingos de chuva. O que, além disso, me resta a fazer? O que se deve fazer aqui além disso? Eu não sei o que se sente, só pressinto essa incompletude, desmoronam-se as paredes, as estradas se desfazem, tudo ao redor perde o seu contorno definido, ao olhar embaçado. Você pode não sentir o tempo, eu o sinto infinitamente. Tudo que a gente sempre sentiu tem que contar adiante ou seremos mesquinhos sucessivamente? E eu sei que ainda não começamos a ir adiante, por alguma razão que não consigo alcançar. Mas eu preciso seguir, e se estendo a mão e não a seguras, porque decides pelo "não", só me resta contar os pingos da chuva, que silenciosamente escorrem dentro de mim.
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