sábado, 4 de agosto de 2007

Eu não sou a multidão

Não, eu não sou a multidão, não me corrompo pelo belo, perfeito e satisfatório. É a dor que me fascina. Não quero as máscaras que escondem as cicatrizes, quero ver as feridas expostas, a carne em sangue vivo, o ser obscuro que reside na sombra de cada um de nós. O que me fascina e me condena é a nudez da alma, que mesmo tardia se revela. Não, eu não sou a multidão, não quero a calmaria ou a mansidão, quero a tormenta, as tempestades que me ardem em fogueiras incandescentes, nas paixões insandecidas, sem sentido e sem noção. Não me interessa a boca fria, o olhar sem rubor, a vida vazia, o coração sem dor. Eu desejo é penetrar na agonia. É isso que me alivia. É isso que eu, mais e eternamente, desejaria. É pelas veias que meu coração arrebenta, mas isso é o meu segredo, por isso, seja discreto, vê se não comenta.

2 comentários:

Anônimo disse...

Filha,

Não pude deixar de comentar: é lindo demais!

Seu pai

Juliana disse...

Pai,

vejo que me achou (o blog) risos. Também amo esse texto... às vezes escrever é só o que nos basta. Herdei de você esse desejo.
Te amo muito