As palavras possuem um poder de sedução do qual eu não consigo ficar imune. Através delas me realizo no pleno, no infindável, no impensável. Contudo, as palavras, em si, não são detentoras da verdade. Os silêncios que me cumprem, muitas vezes são capazes de exprimir a veracidade que nenhum palavra passível de ser proferida seria capaz de dizer. As palavras criam uma aparência de realidade, uma parte mínima do todo existente, pois não dizem o suficiente, uma vez que são criações humanas e, portanto, limitadas. Como Borges, queria me aproximar da palavra divinal, capaz de exprimir o todo. Desejo, como Tzinacan, mago da pirâmide de Qaholom, sair em busca da sentença mágica que fora gravada em alguma parte do universo, encotrar a escrita de Deus, me apropriar desse dizer. Inutilmente tento revisitar todos os lugares que conheci, e rever todas as palavras e símbolos existentes na terra e no céu, pois não há o cárcere, não há jaguar, nem tigres, não há nada. As palavras carecem. E no que falta, há beleza, há sedução, há busca infinda...
" (...) vi meu rosto e minhas vísceras, vi teu rosto e senti vertigem e chorei, porque meus olhos haviam visto esse objeto secreto e conjetural cujo nome os homens usurparam mas que nenhum homem tem olhado: o inconcebível universo." (Jorge Luis Borges, O Aleph)
2 comentários:
Ei, um beijo sabor salteña! rsrsrs
LIndo, Filha!
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